O que podemos pôr em prática na relação com a vida em igreja a partir do capítulo 15 de São João.
Em São João capítulo 15, Jesus diz aos seus discípulos que Ele é uma árvore (a Videira) e os os que estivessem unidos a Ele seriam ramos, produzindo frutos (portanto, as uvas) através do cuidado do agricultor (Deus, o Pai).
Mas, há algo interessante que pode ser destacado na fala de Jesus. Ainda no início do capítulo, Ele diz que Deus retira do tronco da Videira todo o ramo que não produz uvas e poda os que estão a contento para que produzam ainda mais. E há nesse contexto um elemento interessante que se aplica à vida em igreja.
Precisamos trabalhar com a verdade e a realidade que, se estamos verdadeiramente conectados ao caule da árvore (que é Jesus, a Videira), então algum fruto precisa ser percebido. E aqui não se trata apenas de realidades espirituais, mas o que estamos fazendo de fato, na vida real -na igreja.
Significa dizer que Cristo é a fonte de bênçãos que fluem do Pai através de nós para os outros, por intermédio da nossa vida. Ele deseja que sejamos disciplinados a fim de sermos meios de frutificação ainda maior.
Viver a Igreja, servir e estar presente são os frutos
Falando especificamente, parte desse fruto é atividade e participação. Uma vez que descobrimos o propósito de Deus para nós dentro da comunidade, junto aos irmãos, torna-se muito mais fácil fazer a vontade d'Ele.
Mais ainda: o relacionamento diário com Deus (devocional), estar conectado com Ele, gera uma vida disciplinada e nos ajuda a cumprir com energia o propósito do Pai para a Videira através da vida de cada um (ramos, conectados a Jesus, sendo adubados e podados pelo Pai, gerando frutos na comunidade).
O contato constante com a Videira (vida devocional, vivência em igreja e discipulado) torna isso possível, pois parte dele acontece justamente na comunidade (onde a Videira é vista, sentida e vivida). Para que isto se torne uma realidade, devemos permitir que Ele remova tudo de nossas vidas que nos impede de produzir fruto.
Lembre-se: seremos frutíferos apenas quando nos tornarmos disciplinados. A poda é o preço para a produção.
Portanto, reflita sobre como está a sua vida com Deus no aspecto da participação em igreja (pense na lista a seguir como degraus que, conforme avançados, levam mais perto de uma frutificação plena):
Assiduidade e presença nas celebrações aos domingos (você é constante nas celebrações da igreja? Troca o Dia do Senhor por outras coisas? Os impedimentos do domingo também o são para outras tarefas e compromissos no sábado, sexta-feira à noite ou outros dias na semana?);
Participação ativa em algum grupo de relacionamento/ministério ou só há frequência à igreja no domingo? (PG's, mulheres de oração, grêmio dos homens, servir em algum grupo ou time de voluntários dentro da comunidade, por exemplo);
Há amizades e interações com outros irmãos durante a semana? (ou seja, outro contato além do pré/pós-culto);
Seu domingo é composto de um dia dedicado a quê até que chegue o momento de ir à igreja? Isto afeta seu culto a Deus se sua conexão com Ele só acontece ao chegar presencialmente na igreja (o que distrai a sua atenção, preocupa ou ocupa sua rotina no Dia do Senhor?).
Nossa dedicação conta e começa com vida devocional, que gera a disciplina da constância
Esses são só alguns pontos de reflexão para além da realidade puramente espiritual que o texto pode nos trazer (ainda que ela esteja ligada ao que falamos no texto) a partir do que Jesus nos diz sobre sermos ramos ligados a Ele que geram frutos.
Oremos e trabalhemos para que a nossa dedicação ao agricultor (o Pai) seja leal, sincera e dedicada. Pois assim não corremos o risco de sermos irrelevantes para Ele (arrancados e jogados fora). A poda que Deus faz é, no mais das vezes, o nosso esforço em fazer algo pelo/para o Reino d'Ele e sacrifícios para vivermos a/em igreja (sobretudo aprendendo a separar o nosso domingo, o Dia do Senhor, para Ele de fato).
Ao olhar para si e sua vida em igreja, sinceramente: você tem produzido frutos? Façamos um autoexame, pedindo ao Espírito Santo que nos ajude a sermos ramos que serão podados e não cortados.
“Estou dizendo essas coisas com um propósito: que minha alegria seja a alegria de vocês, e que a alegria de vocês amadureça. Este é meu mandamento: amem uns aos outros como eu amei vocês. É a melhor maneira de amar. Deem a vida pelos amigos. Vocês mostram que são meus amigos quando fazem o que mando. Não os chamo de empregados, porque os empregados não entendem o que o patrão pensa ou planeja. Eu os chamo de amigos porque contei a vocês tudo que ouvi de meu Pai". João 15:11-15 (A Mensagem).
Texto: pr. Ítalo Toni Bianchi.